A secretária-chefe de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou que vai iniciar negociações com líderes estudantis na terça-feira (21). Esta será a primeira reunião presencial entre o governo e estudantes, que realizam manifestações em favor da democracia no território desde o mês passado. Segundo Lam, o encontro terá duração de duas horas e será transmitido pela televisão. No início do mês, o governo cancelou uma reunião agendada para o dia 10 de outubro.

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Lam, a segunda maior autoridade em Hong Kong, afirmou que cinco representantes do governo, incluindo ela, irão se encontrar com a Federação de Estudantes de Hong Kong em uma universidade de medicina na cidade. A reunião será organizada por Cheng Kwok Hon, diretor da Universidade de Lingnan.

A Federação de Estudantes de Hong Kong, grupo de estudantes de várias universidades que lidera os protestos, afirmou que só participará da negociação caso a polícia encerre as tentativas de retirar os manifestantes das ruas.

A federação iniciou um protesto pró-democracia no dia 26 de setembro em frente ao escritório do executivo-chefe de Hong Kong, Leung Chun-ying, após uma decisão do governo chinês de montar um comitê para analisar os candidatos ao governo da província semiautônoma em 2017. Atualmente, o executivo-chefe é escolhido por um comitê formado por 1.200 membros.

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Lam deixou claro que o governo não está disposto a aceitar a demanda dos estudantes de que a população escolha os candidatos a executivo-chefe de Hong Kong. “Repito que a reforma política deve estar de acordo com a Lei Básica (a Constituição do território)”, afirmou ela.

Conflitos em Mong Kok

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Neste sábado, manifestantes reocuparam um importante cruzamento em Mong Kok, que havia sido aberto pela polícia ontem após uma noite de confrontos entre estudantes e autoridades. O número de ocupantes caiu pela manhã, mas vias importantes do bairro ainda permaneciam fechadas. Na noite de ontem, o número de manifestantes em Mong Kok chegou a 9 mil, de acordo com a polícia. Confrontos pontuais levaram a 33 prisões e deixaram 18 policiais feridos.

Entre os presos, esteve a fotojornalista norte-americana Paula Bronstein. Em entrevista ao Wall Street Journal, Paula afirmou que estava fotografando os conflitos para a agência Getty Images quando foi presa. Ela foi liberada hoje, após pagar fiança de US$ 38,70.

Ruas e avenidas em outros dois bairros, Causeway Bay e Admiralty, também permanecem fechadas, com manifestantes acampados durante a noite. Fonte: Dow Jones Newswires.