Hong Kong, 04/10/2014 – O atrito entre manifestantes pró-democracia e opositores do movimento continuava neste sábado, com a polícia negando qualquer ligação com gangues criminosas suspeitas de incitar ataques contra pessoas que participam dos protestos.

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Os manifestantes pediram a apoiadores que voltem às ruas esta noite para mostrar solidariedade. “Quanto mais repressão por parte do governo, maior será a resistência da população”, disse Joshua Wong, líder estudantil de 17 anos. Os manifestantes se reúnem na sede do governo, o principal local do protesto, e disseram que o grupo deve manter o controle de dois outros locais onde ocorrem confrontos desde sexta-feira à noite. Na manhã de sábado, houve empurra-empurra e gritaria em Mong Kok, onde as lutas se alastraram durante a noite anterior, e em Causeway Bay, que estava relativamente calma.

A polícia exigiu que as vias da cidade sejam liberadas na segunda-feira de manhã. O governante Leung Chun-ying pediu que os protestos cessem imediatamente. “Espero que os fundadores do Occupy Central e manifestantes levem o interesse geral em consideração”, afirmou. “[Eles] devem parar imediatamente de se reunir nas ruas.”

Policiais prenderam 19 pessoas durante uma noite de confrontos, na qual pelo menos 12 civis e seis policiais ficaram feridos. Foram identificados oito homens cujo passado está ligado ligados a tríades, ou crime organizado, disse o superintendente sênior de Hong Kong, Patrick Kwok Pak-chung. As autoridades negaram rumores de que poderiam ter se associado com as gangues para expulsar manifestantes das ruas. “Tais rumores que nos associam a ‘sociedades obscuras’ são absolutamente injustos”, disse o chefe de segurança de Hong Kong, Lai Tung-Kwok, a jornalistas, visivelmente agitado. O superintendente-adjunto da polícia local, Cheung Tak-Keung, disse que estava sendo feito o possível para manter “zonas tampão” entre pessoas de pontos de vista opostos. “A situação não era fácil de lidar. Havia milhares de pessoas”, disse Cheung.

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Os confrontos levaram líderes do protesto a cancelar as planejadas conversas com o governo sobre reformas políticas. Estudantes e outros ativistas se opõem à decisão da China de exigir que uma comissão de figuras em sua maioria pró-Pequim avalie candidatos para a primeira eleição de um líder para Hong Kong em 2017. Eles também querem a renúncia de Leung Chun-ying. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.