Homem é preso no Irã por atividade do filho no Facebook

“Quero que minha família me perdoe, mas vou continuar acreditando no que acredito.” A frase é de Yashar Khameneh, 25, cujos posts no Facebook que satirizaram uma figura sagrada para muçulmanos levaram seu pai à prisão, em Teerã.

Yashar vive na Holanda, o que fez o governo iraniano perseguir Abbas Khameneh, seu pai, para punir a atitude. O jovem universitário, agora, luta para tirar o progenitor da cadeia – e livrá-lo da possível execução. Como relata a CNN, Yashar curtiu uma página do Facebook que ironizava Ali al-Naqi al-Hadi, um dos 12 imãs protegidos do deboche e de “comentários frívolos” pela lei iraniana.

Em seguida, Kameneh passou a postar com certa regularidade links sobre a página. “Acho que foi dessa maneira que as autoridades chegaram até mim”, disse o estudante à rede americana.

A página diz ter como intuito “usar a sátira para ajudar a remover superstição de dentro da religião”.

Usuário e senha, por favor

Kameneh diz que sabia que as postagens poderiam ser perigosas, mas não que chegariam a esse ponto. “Acho que os tabus devem ser quebrados.” No dia 23 de maio, o rapaz recebeu uma ligação do pai, que contou que o serviço de inteligência do governo iraniano o buscava.

“Meu pai disse: “Eles querem que você coopere. Eles querem as senhas do seu Facebook, do seu blog e do seu e-mail”.” Sem saber o que fazer, Kameneh não concedeu seus dados e solicitou ao dono da página de sátira que a tirasse do ar -pedido que foi recusado.

Possível execução

No dia seguinte, por uma segunda ligação -dessa vez da irmã e da mãe (que vivem no Irã)-, Kameneh ficou sabendo da prisão de seu pai. “Minha mãe me disse: “Você não está vendo que eles querem executar seu pai? Por que você não fecha logo essa página de Facebook?” “E eu continuava sem poder fazer nada.”

Kameneh não forneceu os dados requeridos pela polícia iraniana e tampouco logrou fechar a página do Facebook. Ele divulgou uma carta aberta sobre o caso, na esperança de atrair a atenção.

Consultada pela CNN, uma organização pelos direitos humanos iraniana confirmou ter entrado em contato com Kameneh após ler o texto, mas ainda não tomou alguma atitude.

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