Homem admite ter incendiado monumento sul-coreano

Um homem de 69 anos revoltado por causa de uma disputa de terra confessou ter provocado o incêndio que destruiu o Portal de Namdaemun, principal símbolo nacional da Coréia do Sul, no domingo, informou a polícia local. O suspeito do ataque à passagem construída por volta de 1400 foi detido na ilha de Ganghwa, a oeste de Seul. Policiais passaram a noite interrogando o suspeito. O homem, identificado apenas pelo nome de sua família, Chae, conversou brevemente com jornalistas enquanto era retirado pela polícia da delegacia encarregada do caso. "Não consigo expressar o quanto lamento por isso, por meus filhos e pelo público", disse Chae, que usava uma máscara branca e um chapéu, em uma tentativa de preservar sua identidade.

Yoo Hong-joon, diretor da Agência de Patrimônio Cultural, apresentou sua renúncia ao presidente da Coréia do Sul, Roh Moo-hyun, com o intuito de assumir a responsabilidade pelo incêndio, informou o governo. A polícia informou que o suspeito visitou o local em julho e dezembro do ano passado. No domingo, ele despejou uma lata de solvente de tinta no monumento e depois acendeu um isqueiro, disse Kim Young-soo, que comanda a delegacia central de Seul. Kim disse que o suspeito alegou ter ateado fogo ao monumento por causa de uma disputa de terra com uma empreiteira. Chae estaria insatisfeito com a indenização para ele para ceder um terreno que antes era de sua propriedade.

A estrutura de madeira havia sido reformada na década de 1960, quando o monumento foi declarado o principal símbolo nacional da Coréia do Sul. O governo construiu uma praça em torno de portal em 2005 e abriu o local para o público no ano seguinte pela primeira vez em quase um século. A visitação pública ao monumento não ocorria desde 1907, pois durante décadas o portal ficou isolado por uma linha de bonde elétrico construída pelos colonizadores japoneses, que dominaram a Península Coreana entre 1910 e 1945. A Agência de Patrimônio Cultural da Coréia do Sul informou que seriam necessários três anos de trabalho e cerca de 40 milhões de reais para restaurar o monumento.

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