Hollande diz que domínio francês na Argélia foi “injusto e brutal”

O presidente da França, François Hollande, afirmou hoje que os 132 anos de domínio francês da Argélia foram “profundamente injustos e brutais”, em visita de dois dias ao país do norte da África.

Em discurso no Parlamento, o mandatário disse reconhecer o sofrimento do povo argelino, mas lembrou a importância de que a história seja contada, mesmo sendo “trágica e dolorosa”.

Dentre os casos lembrados por Hollande, está o massacre de milhares de argelinos de um movimento de independência feito em 1945 contra as autoridades francesas.

Ele também fez referência à guerra de independência da Argélia, entre 1954 e 1962, que terminou com a emancipação do país. No entanto, ele não fez nenhum pedido de perdão oficial.

Em visita à presidência, conversou com o presidente Abdelaziz Bouteflika sobre parceiras estratégicas e assinaram acordos bilaterais, como a construção de uma linha de montagem de veículos.

A Argélia é uma das principais ex-colônias francesas e possui uma das comunidades de imigrantes mais representativas da França, ao lado de outros países africanos, como a Costa do Marfim.

A maioria dos argelinos que moram na França vivem em subúrbios das grandes cidades, incluindo Paris. A crise na Europa e o aumento do terrorismo associado aos islâmicos fizeram crescer as tensões entre habitantes dos dois países.

Em março, a tensão aumentou com os ataques provocados pelo franco-argelino Mohammed Merah, que se dizia vinculado à rede terrorista Al Qaeda. Ele matou sete pessoas, incluindo três crianças e um professor judeus, na região de Toulouse.

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