O governo de Barack Obama intensificou nesta sexta-feira a pressão para que o Paquistão faça mais para combater os militantes islamitas que provocam instabilidade no Afeganistão. A secretária de Estado Hillary Clinton fez uma forte declaração, dizendo que os extremistas têm conseguido operar dentro e a partir do Paquistão há muito tempo.

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Pela segunda vez em dois dias, Hillary pressionou as autoridades paquistanesas a intensificar suas ações contra a rede militante Haqqani. O grupo ligado ao Taleban tem sua sede na região tribal paquistanesa e é acusado pela elevação dos ataques tanto dentro do Paquistão quando no vizinho Afeganistão, dentre eles recentes ataques contra soldados norte-americanos e civis.

Hillary também reconheceu que os Estados Unidos têm tentado dialogar sobre a paz com a Haqqani, na expectativa de atrair sua ajuda num eventual acordo político para encerrar a insurgência taleban no Afeganistão.

Após liderar uma grande e poderosa delegação – que incluiu o diretor da CIA, David Petraeus, e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Martin Dempsey – por horas de negociações com autoridades paquistanesas na noite de quinta-feira, Hillary reuniu-se nesta sexta-feira com o presidente e o primeiro-ministro do Paquistão.

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“Nós devemos concordar que os extremistas têm conseguido operar aqui no Paquistão e a partir do solo paquistanês há muito tempo”, disse ela. “Ninguém que ataque civis inocentes, independentemente se forem paquistaneses, afegãos, norte-americanos ou de qualquer outro lugar, deve ser tolerado ou protegido”.

“O Paquistão tem um papel importante no apoio à reconciliação no Afeganistão e no encerramento do conflito”, disse Hillary aos jornalistas durante uma coletiva de imprensa conjunta com a ministra de Relações Exteriores paquistanês Hina Rabbani Khar. “Nós queremos que o Paquistão tome medidas fortes para impedir que insurgentes afegãos não se abriguem em seu território e encoraje o Taleban a entrar nas negociações de boa fé”.

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Já Khar repetiu que o governo não tem qualquer ligação com a Haqqani. “Não há qualquer apoio de qualquer instituição paquistanesa para que esse grupo de abrigue no Paquistão”, afirmou ela, enfatizando que o Paquistão e os Estados Unidos têm o mesmo objetivo.

“O Paquistão considera ameaça do terrorismo com seriedade”, disse ela, lembrando que milhares de paquistaneses foram mortos por extremistas na última década. “Estamos comprometidos com este processo e faremos o que pudermos para fazer dele um sucesso.” As informações são da Associated Press.