A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse nesta sexta-feira (20) que o debate com a China sobre direitos humanos, Taiwan e o Tibete não deve interferir nas tentativas de se chegar a um consenso em relação a assuntos mais abrangentes. Pouco após chegar a Pequim – na última parte de seu tour pela Ásia, primeira viagem internacional da principal diplomata dos Estados Unidos após assumir o posto -, Hillary afirmou a repórteres que trataria desses assuntos que geram discórdia, mas notou que não deve haver mudanças em relação aos temas em nenhum dos dois lados.

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Em vez disso, ela disse que era melhor aceitar que os países discordavam nesses tópicos e enfocar como EUA e China podem trabalhar juntos em relação a questões como as mudanças climáticas, a crise financeira global e as ameaças de segurança. Os comentários devem desapontar os grupos de direitos humanos, que esperavam que ela repetisse o comportamento mostrado há quase 15 anos quando, ainda primeira-dama, Hillary realizou no país um discurso duro sobre o tema, enfurecendo o governo chinês.

Agora, porém, ela disse que os dois lados já sabem sobre a divergência e haveria mais progressos se fossem enfocadas outras questões, nas quais Washington e Pequim podem trabalhar juntos. “Há uma certa lógica nisso”, afirmou Hillary ainda em Seul. “Isso não significa que questões sobre Taiwan, Tibete, direitos humanos e uma série de desafios que normalmente temos com os chineses não farão parte da agenda”, apontou. “Mas nós já sabemos bem o que eles irão dizer.”

Hillary apontou que os EUA devem “continuar pressionando” os chineses, mas sem interferir nos temas mais abrangentes, como a crise econômica. Ela ficará na China durante dois dias. Entre os temas em discussão também estará o programa nuclear da Coreia do Norte e as formas de fazer Pyongyang interrompê-lo.

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