Um dia depois de confrontos entre soldados da Organização das Nações Unidas (ONU) e haitianos que protestavam contra a epidemia de cólera e a precária situação no Haiti, Porto Príncipe amanheceu ontem mais tranquila, segundo afirmou o comando da força de paz no país. De acordo com o coronel Carlos Aversa, um manifestante foi ferido a tiros por militares brasileiros, que enfrentaram apedrejamentos em duas situações.

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Aversa declarou que os protestos não se restringiram apenas ao acampamento de desabrigados que fica no Campo de Marte, diante do palácio presidencial, e a Porto Príncipe. Segundo o coronel, a cidade de Cap-Haitien, ao norte da capital, também enfrentou violentos protestos que tiveram motivação política, relacionada às eleições do dia 28.

O representante da Organização dos Estados Americanos (OEA) no Haiti, Ricardo Seitenfus, lembrou que há um impasse histórico entre o norte do país e Porto Príncipe, que é acusada de não dar a devida atenção à região. De acordo com Seitenfus, essa disputa também pode ter motivado os confrontos.

O coronel disse que “não há informações de brasileiros feridos”. De acordo com o militar, durante uma incursão na favela Cité Soleil, “um haitiano puxou uma arma e foi ferido” pelas forças de paz. Aversa não tinha detalhes sobre o estado de saúde do homem.

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Segundo o coronel, as manifestações ocorreram por causa da “falta de informação” sobre a prevenção e o tratamento da cólera e da revolta que isso provoca nos haitianos. Mas Aversa disse que a comemoração da última batalha da revolução que levou o país à independência, na quinta-feira, também ajudou a exaltar os ânimos.

Ontem, o número de pessoas infectadas pela cólera na República Dominicana subiu para três. Uma mulher e sua neta de 3 meses contraíram a doença.

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As informações são do jornal O Estado de S.Paulo