O governo interino de Honduras bloqueou as rodovias na fronteira com a Nicarágua com soldados, policiais e caminhões militares hoje, após o presidente deposto do país, José Manuel Zelaya, anunciar o seu regresso para o sábado. Zelaya fez um apelo aos soldados que ignorem as ordens para prendê-lo e pediu que abaixem os fuzis quando o virem se aproximar de Honduras. Ele também alertou a comunidade internacional que a sua volta poderá provocar violência. Após enviar centenas de soldados, o governo interino dispersou com bombas de gás lacrimogêneo manifestantes a favor de Zelaya, que protestavam no posto fronteiriço de El Paraíso.
Além de bloquear as rodovias e postos na fronteira, o governo interino hondurenho ordenou um toque de recolher nas fronteiras com a Nicarágua e El Salvador, que passou a valer ao meio dia de hoje e deverá vigorar até às 6 horas da manhã do sábado. Para o resto do país, continua a valer o toque de recolher da meia noite às 4h30 da madrugada. “Isso significa que as pessoas não podem circular, não podem sair das suas casas”, disse o porta-voz da polícia, Daniel Molina.
Zelaya, na noite de ontem, pediu aos seus partidários, a partir da cidade nicaraguense de Estelí, a 40 quilômetros da fronteira, que atravessem ou então dominem os postos militares na fronteira em nome da democracia. Zelaya chegou a Estelí dirigindo um jipe branco, seguido por outros veículos de familiares, partidários, jornalistas e políticos.