O governo do presidente Evo Morales se mobilizou neste domingo (14) para assegurar controle sobre a Bolívia. Ao mesmo tempo, separatistas atearam fogo em um prédio de uma prefeitura e bloqueavam rodovias, impedindo a distribuição de alimentos e combustíveis em departamentos (Estados) controlados pela oposição.

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Pelo menos 30 pessoas foram mortas no país em uma semana, segundo o ministro de Interior, Alfredo Rada. Todas as mortes ocorreram no departamento de Pando, onde Evo decretou estado de sítio na sexta-feira (12), enviando tropas. Ele acusou os oposicionistas pelas mortes.

As tropas continuavam a chegar a Pando e patrulhavam a capital estadual, Cobija. “Há pessoas que querem seguir semeando a dor pela região”, disse hoej o porta-voz presidencial Iván Canelas. Sem fornecer detalhes, Canelas afirmou que os bloqueios em rodovias continuavam e que um “grupo armado” ateou fogo no prédio da prefeitura de Filadélfia, uma cidade perto de Cobija.

O jornal “La Razón”, de La Paz, citou o chefe do setor responsável pelas rodovias bolivianas, segundo o qual os bloqueios pararam o trânsito nas principais rodovias de Tarija, Beni e Santa Cruz.

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Desafio

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O maior desafio nos três anos de Evo como o primeiro presidente indígena boliviano é a disputa com os Estados do leste. O governo central quase não tem controle sobre essa região, na qual se concentra a maior parte das riquezas do gás do país. As províncias buscam mais autonomia e insistem em cancelar um referendo previsto para 7 de dezembro sobre a nova Constituição. O texto prevê a possibilidade de reeleição para o presidente e a transferência de terras improdutivas para camponeses pobres.

Os líderes dessas regiões nomearam o governador da Tarija, província rica em gás, Mario Cossío, como representante. A previsão é de que participe ainda hoje de negociações em La Paz para encerrar a crise.

Os países sul-americanos também se mobilizam para evitar a piora da crise boliviana. Vários dos presidentes da região, entre eles Luiz Inácio Lula da Silva, se reunirão amanhã em Santiago, em um evento convocado pela presidente chilena, Michelle Bachelet. Não estava claro se Evo participaria da iniciativa. As informações são da Associated Press.