Os ventos de mudança que sopram em Cuba após a posse do presidente Raúl Castro abarcam também o turismo, com novos projetos de reestruturação e investimentos estrangeiros no setor hoteleiro.
"Estamos abertos a investimentos estrangeiros", disse o ministro do Turismo, Manuel Marrero Curz, ao abrir em Havana o Congresso da Fiavet, a federação dos agentes de viagem italianos, que acontece paralelamente à Feira Internacional de Turismo.
Em Cuba, convivem atualmente 14 grupos internacionais no setor turístico, como o francês Accor e o espanhol Sol Melía, que têm contratos de gestão e administração de estruturas que continuam sendo de propiedade estatal.
Os planos oficiais prevêem a construção de outros 30 hotéis e 50 albergues em várias localidades do país, no marco de um plano de "recuperação do patrimônio arquitetônico cubano", disse o ministro, "com uma história de ao menos 150 anos".
O emir do Qatar esteve em Cuba nos últimos dias para se inteirar sobre esses projetos turísticos.
As autoridades também estão empenhados em promover o turismo cultural, potencializar a oferta para os amantes do mergulho e construir dez campos de golf que se somarão aos dois já existentes na ilha.
A estratégia de relançamento do turismo busca amparar um setor que se abriu ao mundo após o fim da União Soviética, nos anos 90. Desde então, o turismo internacional em Cuba cresceu em um ritmo de 13% ao ano, até alcançar 2,3 milhões de turistas em 2004, o que converteu o setor no principal setor da economia cubana, ultrapassando o açúcar.
Contudo, o número de visitantes caiu a pouco mais de 2,1 milhões em 2007. O ranking de visitantes é encabeçado por canadenses, britânicos, espanhóis e italianos. "Cuba não é apenas mar e praia, mas também cultura e belezas naturais", disse o ministro.
Sobre os cidadãos norte-americanos, que antes do bloqueio imposto em 1961 por Washington representavam 90% dos visitantes internacionais de Cuba, o ministro disse estar disposto a recebê-los.
"O dia em que o governo norte-americano quiser revogar essa medida injusta, eles também serão bem-vindos", concluiu o ministro.
A Feira Internacional de Turismo foca agora os mercados do Oriente, em uma tentativa de aumentar o fluxo de visitantes. A feira acontece até 9 de maio.