O governador do departamento (Estado) colombiano de Caquetá, Luis Franco Cuéllar, foi encontrado morto ontem. Horas antes, o presidente Álvaro Uribe havia lançado uma grande operação para resgatá-lo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). “Nós ainda não temos a hora do homicídio, mas confirmamos que a garganta dele foi cortada. Os covardes cortaram sua garganta”, disse Uribe, em discurso televisionado em rede nacional.

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Segundo o presidente, como os agentes de segurança estavam perseguindo os sequestradores, “os terroristas, mais provavelmente para evitar troca de tiros, prosseguiram e cortaram a garganta do governador”. O corpo de Cuéllar foi descoberto por fazendeiros, perto dos destroços carbonizados do carro onde ele estava quando foi sequestrado, na segunda-feira. O sequestro ocorreu a 15 quilômetros ao sul da capital departamental de Caquetá, Florencia.

Uma unidade das Farc lançou uma granada na segunda-feira na residência de Cuéllar em Florencia e trocou tiros com seguranças dele, antes de sequestrar o governador e fugir. A vice-governadora de Caquetá, Olga Patricia Vega, disse que, após a captura, aparentemente Cuéllar teve problemas para caminhar, o que teria levado à execução. Vega disse que Cuéllar, que completou 69 anos ontem, já havia sido sequestrado quatro vezes, antes de se tornar governador.

 

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Ataques

As Farc aumentaram seus ataques nos últimos meses, apesar dos esforços do governo Uribe para derrotá-las. A guerrilha mantém centenas de reféns, incluindo soldados e funcionários locais. Uribe atacou o grupo, por estarem se oferecendo para libertar dois soldados presos, ao mesmo tempo que sequestravam Cuéllar. “As Forças Armadas devem derrotar esses sequestradores”, afirmou Uribe, prometendo atuar “até que o terrorismo tenha sido totalmente derrotado”.

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O escritório do Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos em Bogotá divulgou uma nota condenando o crime e pedindo às Farc que libertem imediatamente todos seus reféns, sem exigir condições para isso.

Uribe rejeita um diálogo político com as Farc. O grupo quer trocar prisioneiros por 500 rebeldes das Farc que estão em prisões. No ano passado, as forças oficiais libertaram importantes reféns da guerrilha, incluindo a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt e três norte-americanos. As informações são da Dow Jones.