O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, disse em entrevista hoje (12) que tem a intenção de concorrer a uma cadeira no Senado nas próximas eleições australianas e vai anunciar a formação do Partido WikiLeaks no começo do próximo ano.
Em uma entrevista com a australiana Fairfax Media, Assange disse que os planos de registrar o partido WikiLeaks Australiano estão “significativamente avançados” e que “diversas pessoas admiradas pelo público” local indicaram sua disponibilidade para concorrer à eleição pelo partido.
O ativista afirmou que cumpre os requisitos para se registrar como eleitor nos Estados de Nova Gales do Sul ou Victoria e tomará uma “decisão estratégica” sobre qual Estado escolherá para concorrer como candidato.
Se for eleito e não puder voltar para a Austrália, um suplente assumiria sua cadeira no Senado. Assange está abrigado há seis meses na Embaixada do Equador em Londres e possui asilo diplomático do país sul-americano.
O pai biológico dele, John Shipton, coordenou os preparativos para a formação do partido, e um rascunho de sua constituição já foi encaminhada para revisão legal. O registro na Comissão Eleitoral Australiana requer a confirmação de 500 membros listados no registro eleitoral.
Assange espera que a presença do WikiLeaks na internet, que inclui uma conta no Twitter com cerca de 1,7 milhão de seguidores, e a formação de grupos “amigos do WikiLeaks” no Facebook ajudem a mobilizar apoio na Austrália.
Ele declarou sua intenção de se candidatar há oito meses. O fundador do grupo acredita que o partido ajudaria a promover a abertura no governo e na política e combateria as crescentes intromissões na privacidade individual.
Asilo
O fundador do WikiLeaks possui asilo diplomático do Equador desde agosto, dias depois de aprovada sua extradição à Suécia, onde responde a uma acusação de estupro.
O país sul-americano entendeu que ele sofre perseguição política e corre risco de ser extraditado a um terceiro país ao chegar a território sueco, em referência aos Estados Unidos. Os americanos pretendem processá-lo pelos vazamentos do site.
O governo equatoriano trabalha para convencer o governo britânico a conceder a Assange um salvo-conduto que permita o traslado dele, em segurança, da embaixada ao aeroporto, onde ele embarcaria rumo a Quito.
Entretanto, Londres argumenta que não pode fazer tal concessão, sob pena de violar o acordo com a Suécia.