Funcionário venezuelano minimiza temor de falta de leite

Ricardo Fong, chefe de uma cadeia nacional de armazéns operadas pela companhia petrolífera estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), tentou minimizar na noite de ontem os temores de que possa haver novos problemas generalizados de falta de leite no país. Ele disse que há estoques de leite in natura e em pó suficientes para suprir as lojas por mais seis meses. No entanto, o produto já desapareceu de algumas prateleiras de supermercado.

Fong disse à agência de notícias estatal que a falta de alguns produtos como leite, arroz e açúcar é artificialmente criada pelos produtores privados, que buscam pressionar o governo a ajustar os limites de preços desses produtos.

A Venezuela sofre com transtornos recorrentes de abastecimento de alguns gêneros alimentícios. O problema foi mais grave no fim de 2007. Produtores privados reclamam que uma série de regulamentações do governo e limites de preços acabam forçando-os a comercializar esses itens com prejuízos. Desde o fim de 2007, o governo aumentou a intervenção na indústria alimentícia, tomando o controle de algumas produtoras, alegando que elas não estavam cumprindo as cotas estabelecidas para produtos regulados.

Um grupo empresarial representando os produtores do setor lácteo, o Cavilac, disse que o problema recente de falta de leite em algumas lojas e supermercados ocorre por atrasos nas importações. A comissão de moeda estrangeira, responsável por vender dólares à taxa oficial aos importadores, sofre com atrasos em suas operações enquanto se ajusta à desvalorização da moeda local, decretada, em janeiro, pelo presidente Hugo Chávez. As informações são da Dow Jones.