Um tribunal francês sentenciou seis membros franceses da associação humanitária Arca de Noé a oito anos de prisão após terem sido condenados no Chade por tentativa de rapto de 103 crianças que o grupo dizia serem órfãos de Darfur. Os seis foram condenados em dezembro por um tribunal do Chade a oito anos de trabalhos forçados e foram depois transferidos para a França, respeitando um acordo judicial entre os dois países. Como a França não possui a pena de trabalhos forçados, a corte de Créteil, no sudeste de Paris, teve de adaptar as sentenças. Os advogados dos seis funcionários disseram que vão recorrer.

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Em outubro, as autoridade chadianas prenderam os membros da organização humanitária quando planejavam embarcar 103 crianças em um avião para a França. Os membros insistem que eles estavam agindo por compaixão, para ajudar os órfãos do conflito da região de Darfur, no Sudão, que faz fronteira com o Chade. Mas investigações mostraram que as crianças possuíam ao menos um dos pais ou um parente próximo adulto vivo.

A transferência dos condenados para França gerou protestos no Chade, ex-colônia francesa, com queixas de que os seis teriam tratamento especial por serem europeus. O caso causou constrangimento na França ao ser divulgado quando o país estava forçando a União Européia a enviar uma tropa para o Chade para proteger os refugiados que fugiam da violência de Darfur. Hoje, a União Européia decidiu enviar uma força de 3.500 soldados de paz para proteger os refugiados de Darfur.

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