Forças do novo governo da Costa do Marfim atacaram hoje milicianos ligados ao ex-presidente Laurent Gbagbo em Abidjã, fazendo com que centenas de moradores fugissem em meio a troca de tiros.

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Explosões reverberavam pela cidade enquanto forças do presidente Alassane Ouattara atacavam o bairro de Yopougon, no noroeste da cidade, local de forte presença de combatentes de Gbagbo que se recusam a entregar as armas, nove dias depois de ele ter sido detido.

Centenas de moradores assustados fugiram do bairro atravessando uma lagoa em pequenos barcos cheios de malas, dirigindo-se para áreas mais seguras em Plateau e Treichville, afirmou um correspondente da agência France Presse.

A FRCI, das forças ligadas a Ouattara, tomou o controle de Abidjã depois da prisão de Gbagbo no dia 11 e tenta fazer a segurança da cidade, para que o novo governo exerça sua plena autoridade e a vida volte ao normal. Mas grupos armados em Yopougon continuam desafiando as novas autoridades.

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Gbagbo foi colocado em prisão domiciliar num local secreto no norte do país, depois de ter sido capturado pelas forças de Ouattara com a ajuda de soldados franceses e da Organização das Nações Unidas (ONU). Sua recusa em passar o poder para Ouattara levou o país africano a meses de tenso impasse.

O novo governo começou a funcionar nesta semana e ontem o primeiro-ministro Guillaume Soro realizou sua primeira reunião ministerial. Segurança foi um dos principais pontos da agenda. Ouattara pediu reconciliação e prometeu que Gbagbo será julgado pelos crimes de seu regime, após dez anos no poder.

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Numa tentativa de restaurar a normalidade, o governo pediu na segunda-feira que os funcionários públicos voltassem ao trabalho, mas poucos atenderam ao chamado e há problemas nos transportes públicos. Os negócios, incluindo a produção de cacau, também precisam ser retomados e muitos bancos e escritórios continuam fechados. As informações são da Dow Jones.