Com funerárias lotadas, as autoridades de uma cidade do sul das Filipinas atingida pelas enchentes de sexta-feira organizaram nesta segunda-feira o primeiro sepultamento em massa de pessoas que foram levadas pelas águas, numa das piores calamidades a atingir a região nas últimas décadas.

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O número oficial de mortos em decorrência das chuvas de sexta-feira, provocadas por uma tempestade tropical, subiu para 927. Benito Ramos, chefe do escritório de Defesa Civil, disse que mais corpos foram recuperados no oceano.

O número de desaparecidos varia muito. Números oficiais indicam que são 82, mas a Cruz Vermelha filipina estima que são 800. As disparidades mostram a dificuldade de contar pessoas que podem estar sob a lama e escombros ou vivas, perdidas em centros de evacuação ou em outros lugares. “Nós perdemos a contagem dos desaparecidos”, disse Ramos.

Em Iligan, uma cidade industrial costeira de 330 mil pessoas, o prefeito Lawrence Cruz disse que as seis funerárias estavam lotadas e que não aceitavam mais corpos. Cerca de 50 corpos não reclamados foram enterrados em túmulos individuais no cemitério da cidade, afirmou ele.

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“Estamos fazendo isso por questões de saúde pública. Os corpos estão em decomposição e não há lugar onde possamos colocá-los “, afirmou Cruz à Associated Press.

Ele disse que muitos dos mortos em Iligan, 279 segundo a contagem oficial, “estão empilhados do lado de fora dos necrotérios” que ficaram sem formaldeído para embalsamar os corpos e sem caixões. “Estamos usando sacos plásticos ou o que estiver disponível”, disse ele.

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Na cidade Cagayan de Oro, a situação era ainda mais caótica, pois as pessoas resistiam à ideia de enterros em massa, exigindo que os corpos permaneçam insepultos até que familiares procurem por eles.

Cerca de 580 pessoas morreram em Cagayan de Oro, a maioria mulheres e crianças, muitas das quais viviam ao longo de margens de rios. As informações são da Associated Press.