O ex-líder cubano Fidel Castro disse hoje que deixou seu posto como líder do Partido Comunista há cinco anos, quando entregou o poder a seu irmão Raúl, após problemas de saúde. “Eu renunciei, sem dúvida, a todas minhas posições oficiais e políticas, incluindo a chefia do Partido Comunista, quando eu adoeci”, escreveu Fidel em um artigo para a imprensa estatal.

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Anteriormente, acreditava-se que Fidel ainda ocupava o posto no PC, apesar de não comandar mais o país. “Eu nunca quis retornar a eles após minha proclamação de 31 de julho de 2006, nem mesmo quando eu retomei parte de minha saúde um ano depois, mesmo que eles tenham continuado me dando esse título”, escreveu Fidel, de 84 anos.

Os comentários de Fidel surgem no momento em que Cuba se prepara para, no mês que vem, realizar seu primeiro Congresso do Partido Comunista em 13 anos, para “atualizar” suas políticas econômicas e sociais. Seu irmão, o presidente Raúl Castro, de 79 anos, disse que o partido também terá uma convenção nacional para nomear sua liderança. O último congresso do PC foi em 1997. O encontro deveria ocorrer a cada cinco anos, mas foi adiado várias vezes sem explicações públicas.

Com o artigo de hoje, oficialmente Fidel – um ícone da revolução que comanda o país há quase cinco décadas – coloca-se como uma figura fora dos postos de liderança. No texto, ele diz que pretende continuar como “um soldado das ideias”, moldando o pensamento atual e a política como colunista e comentarista, como tem feito nos últimos anos.

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Desde que assumiu o poder, Raúl tenta modernizar o sistema, em um esforço para melhorar a economia cubana. O governo planeja realizar demissões de funcionários públicos e estimular o empreendedorismo. A intenção é cortar mais de 1 milhão de postos, cerca de 20% da força de trabalho do país. As informações são da Dow Jones.