Exército dos EUA anuncia morte de três piratas somalis

Três dos piratas que mantêm seqüestrado um navio ucraniano morreram após uma discussão entre eles, revelou um funcionário da Defesa dos Estados Unidos, sob condição de anonimato. O Exército norte-americano acredita que houve uma discussão entre os piratas, que seqüestraram o navio na costa da Somália. O impasse entre o grupo cresceu até começar um confronto com disparos. Os próprios piratas negaram o tiroteio.

Segundo as autoridades norte-americanas, dezenas de piratas mantêm a embarcação Faina, que transporta 33 tanques e também armas produzidos na Rússia. Cinco barcos militares dos EUA cercaram o navio e buscam impedir que os piratas desembarquem com as armas.

O porta-voz dos piratas Sugule Alí rechaçou qualquer tiroteio. Segundo ele, houve uma comemoração da festa muçulmana de Eid al-Fitr. “Estamos felizes no navio, comemorando o Eid”, assegurou, por telefone. “Nada mudou.

Os piratas pedem US$ 20 milhões em resgate. Alí não disse se a tripulação também participou da comemoração, que marca o fim do mês sagrado do Ramadã. Um dos 21 membros da tripulação morreu por causa de um suposto ataque cardíaco.

Os Estados Unidos temem que o armamento caia em mãos de grupos militantes islâmicos ligados à Al-Qaeda. Essas organizações lutam no país desde o fim de 2006, quando o frágil governo de transição, que tem o apoio da ONU, expulsou os islamitas da capital. Mais de 9 mil pessoas, a maioria civis, morreram em decorrência da violência.

A pirataria tornou-se um negócio lucrativo na empobrecida Somália. Segundo informações do Escritório Marítimo Internacional, já foram registrados 24 ataques no país neste ano. A maioria dos ataques ocorrem no Golfo de Áden, movimentada rota marítima, no norte somali.