Executivo-chefe do Société recebe apoio de funcionários

Com seu emprego ameaçado, o executivo-chefe (CEO) do banco francês Société Générale (SocGen), Daniel Bouton, está recebendo apoio dos funcionários do banco, segundo noticia a versão européia do jornal Wall Street Journal. Ao seguir para a reunião do conselho do banco francês, um de seus membros declarou apoio ao criticado CEO. "Nos EUA, Japão ou Reino Unido, ele teria de ir embora. Aqui, não", disse Philippe Pruvost.

Bouton também conquistou votos de confiança entre os trabalhadores na base mais baixa da hierarquia. Pela manhã, com a reunião do conselho ainda em curso, perto de 100 funcionários deixaram o enorme prédio sede do grupo e se reuniram na calçada em frente à instituição em uma demonstração de solidariedade ao executivo. Um administrador de risco, que pediu para não ser identificado, disse que o CEO deve permanecer no posto para ajudar a estabilizar o banco.

A possível demissão de Bouton está na agenda da reunião do conselho, marcada para hoje, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. Embora pelo menos dois membros do conselho tenham declarado sua tendência em manter o executivo no cargo, o governo francês tem pressionado por sua renúncia. Na quinta-feira passada *dia 24), Bouton apresentou sua renúncia depois do grupo revelar que uma fraude relacionada à atividade de um operador irá resultar em uma perda de 4,9 bilhões de euros. O conselho, porém, rejeitou o pedido.

"Certamente não é o momento para Bouton renunciar", disse Michel Marchet, representante do sindicato CGT no banco, do lado de fora da sede da instituição. "Precisamos sair dessa crise e manter nossa identidade".

As demonstrações espontâneas mostram que o apoio dos funcionários se espalhou via e-mail e pelo boca a boca. Em sua manifestação, os trabalhadores circularam sob uma chuva leve, silenciosamente fumando cigarros e bebendo café. Depois de meia hora, todos retornaram ao trabalho. O banco emprega 120 mil pessoas em 77 países.

"Temos de manter a imagem e confiança na companhia – nós precisamos de estabilidade", disse Didier Cornardeau, chefe da APPAC, uma associação de pequenos acionistas. Segundo ele, Bouton poderia ser mantido no cargo pelos próximos seis meses – mas então deixaria a instituição sem um "pára-quedas de ouro".

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