Ex-policial argentino se suicida em frente às câmeras

Um antigo comandante da polícia argentina cometeu suicídio em frente às câmeras de televisão, quando estava prestes a ser preso sob a acusação de violação de direitos humanos durante a ditadura no país. “Maria, adeus”, disse Mario Ferreyra a sua esposa antes de atirar com um revólver calibre 45 em sua própria têmpora.

Ferreyra, que tinha 63 anos, tirou sua própria vida quando autoridades argentinas chegaram em sua casa para prendê-lo sob a acusação de conexão com o desaparecimento, tortura e morte de dissidentes durante a ditadura na Argentina, que durou de 1976 a 1983.

Ele havia acabado de conceder uma entrevista para o canal de televisão a cabo Cronica, cujas câmeras ainda estavam ligadas quando ele pegou a arma e atirou. O canal de TV transmitiu as cenas mais tarde.

A esposa de Ferreyra declarou a inocência de seu marido e disse que a polícia “inventou injustamente um crime contra meu marido”. “Ele me deixou documentos para demonstrar sua inocência”, disse ela a repórteres. Ferreyra deve ser enterrado neste domingo.

Milhares de pessoas desapareceram durante a ditadura militar na Argentina por sua associação com supostos dissidentes. As estimativas oficiais do número de desaparecidos são de 13 mil pessoas, mas grupos de direitos humanos afirmam que o número é mais próximo de 30 mil.