O ex-ministro do Interior do Paraguai Rafael Filizzola advertiu nesta quarta-feira (20) que, se o governo não combater o narcotráfico no país, o Paraguai poderá ficar “igual ao México” em questão de alguns anos.

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Filizzola foi demitido pelo presidente paraguaio, Fernando Lugo, no mês passado, sem que o mandatário apresentasse motivos aparentes para a destituição. “Nos próximos cinco a dez anos, o Paraguai poderá ser igual ao México se não combater o narcotráfico com firmeza”, disse Filizzola, em entrevista à Rádio Monumental de Assunção.

O ex-ministro aludia à violência que sofrem várias cidades mexicanas fronteiriças com os Estados Unidos, onde operam cartéis das drogas. Filizzola disse que nos três anos que ocupou o cargo de ministro do Interior ele priorizou a perseguição ao cultivo e à venda clandestina da maconha e à luta contra “quadrilhas de delinquentes, que usam o território paraguaio para trânsito de cocaína aos mercados internacionais”, como os EUA e a Europa.

A Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad), informou à Associated Press que de janeiro a junho deste ano “foram apreendidos 785 quilos de cocaína e 1,2 tonelada de maconha, provocando um prejuízo de aproximadamente US$ 12 milhões” aos traficantes.

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O Paraguai não cultiva folhas de coca e não processa a pasta base para a produção do tóxico, mas é considerado um dos principais produtores de maconha da América do Sul.

A maconha paraguaia é cultivada em bosques nos departamentos (Estados) de San Pedro, Amambay, Concepción e Canindeyú, todos próximos ao Estado de Mato Grosso do Sul.

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Um relatório da Junta Internacional de Fiscalização de Estupefacientes, agência das Nações Unidas, divulgado no final de 2010, indicou que “o tráfico e o consumo de drogas se incrementou em países como Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai”. As informações são da Associated Press.