Ex-ditador da Tunísia volta a ser condenado à revelia

Um tribunal da Tunísia condenou hoje o ex-ditador Zine El Abidine Ben Ali a 15 anos e meio de prisão após declará-lo culpado de tráfico de drogas, armas e artefatos arqueológicos. Trata-se da segunda condenação à revelia do líder deposto em janeiro. Além da pena de reclusão, o ex-ditador foi condenado a pagar multa equivalente a US$ 72.000.

A audiência de hoje começou com a defensoria pública designada para representar Ben Ali deixando o recinto logo depois de o tribunal ter rejeitado um novo pedido de adiamento. Na ausência da defesa, a promotoria apresentou as provas das apreensões de armas, drogas e artefatos arqueológicos em um palácio de Ben Ali em Cartago. Do exílio, Ben Ali declarou recentemente que as joias e as armas apreendidas eram “presentes” de chefes de Estado e alegou que o dinheiro e as drogas encontrados em seus palácios haviam sido “plantados”.

No último dia 20, o ex-ditador tunisiano e sua esposa foram condenados a 35 anos de prisão por apropriação indébita de recursos públicos. O casal foi julgado à revelia, na corte criminal de Túnis. Além da sentença de reclusão, Ben Ali foi condenado pelo juiz Touhami Hafi a pagar multa equivalente a 25 milhões de euros. A esposa de Ben Ali, Leila Trabelsi, foi condenada a restituir cerca de 20 milhões de euros ao erário tunisiano.

Zine Ben Ali, de 74 anos, e sua família saíram da Tunísia às pressas e fugiram para a Arábia Saudita em 14 de janeiro, no desfecho de um levante popular que serviu de estopim para uma série de revoltas pelo Oriente Médio e o norte da África.

Depois da fuga, uma quantia estimada em cerca de 19 milhões de euros em joias e dinheiro foi encontrada em um palácio em Sidi Bou Said, nas proximidades de Túnis, o que deu origem ao processo contra o casal. O governo da Arábia Saudita não atendeu ao pedido de extradição apresentado pela Tunísia, o que provocou alguma frustração popular pelo fato de o ditador não estar presente no julgamento. As informações são da Associated Press.

Voltar ao topo