Evo diz que promove ‘revolução democrática e cultural’

O presidente Evo Morales disse que deu início a uma "revolução democrática e cultural" durante seus dois primeiros anos no governo da Bolívia. Num discurso ao Congresso que durou mais de seis horas, ele afirmou que sua nacionalização dos hidrocarbonetos fez aumentar a entrada de recursos no país e adiantou que vai fortalecer a presença do Estado na economia. Morales reafirmou ser um "antineoliberal" que vai enfrentar a "guerra suja" supostamente lançada por setores empresariais e da oposição contra seu governo. Contudo, ele preferiu não comentar a intenção de vários governadores de declarar autonomia em suas províncias.

Primeiro presidente descendente de índios na Bolívia, Morales disse que cumpriu promessas de campanha ao nacionalizar o setor de energia e elaborar uma Constituição que dá mais poderes à maioria indígena do país. Caso o novo texto constitucional seja aprovado em referendo popular, Morales poderia convocar novas eleições e se candidatar novamente à presidência. Ele disse que graças à nacionalização dos hidrocarbonetos o Estado recebeu em 2006 US$ 1,35 bilhão, contra os US$ 287 milhões de 2004.

"Não há volta no caminho que começamos dois anos atrás. O passado não pode ser repetido", discursou. "Há espaço para todos nesta revolução. E apenas se estivermos unidos poderemos fazer as profundas mudanças que o povo exige". Ele reafirmou a intenção de seu governo de promover uma "revolução agrária" que confisque terras improdutivas de latifundiários e as dê para camponeses sem terra. Morales agradeceu a ajuda de vários países em especial da Venezuela e de Cuba.

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