Um promotor da União Europeia (UE) decidiu levar a julgamento um dos mais importantes políticos albaneses do Kosovo, Fatmir Limaj, um ex insurgente que supostamente torturou e executou prisioneiros sérvios durante a guerra do Kosovo em 1999, disseram funcionários judiciais europeus nesta sexta-feira.
A decisão confirma as acusações feitas em um indiciamento apresentado por um procurador europeu de que Limaj, um ex-comandante do Exército de Libertação do Kosovo, ordenou a execução de dois policiais sérvios capturados “com tiros na cabeça” e torturou outro prisioneiro sérvio. Limaj é um dos 11 insurgentes kosovares de origem albanesa que serão julgados por crimes conta civis e prisioneiros de guerra.
Os crimes supostamente aconteceram no Kosovo entre janeiro e junho de 1999, quando a ex-província sérvia caiu sob o controle das Nações Unidas e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Limaj já foi acusado de crimes de tortura e assassinato no Tribunal Criminal Internacional para a ex-Iugoslávia, em 2005, mas foi inocentado. Até 2010, ele era considerado o braço direito político do premiê kosovar Hashim Thaci.
Não houve reação imediata de Limaj, que no passado disse não se arrepender das suas ações quando participou da guerrilha étnica albanesa que lutou uma guerra separatista contra a Sérvia. O advogado de Limaj, Tome Gashi, disse que nenhuma data foi marcada para o julgamento.
Inicialmente, a UE emitiu uma ordem de prisão contra Limaj, mas após uma discussão com o Parlamento do Kosovo, do qual Limaj faz parte, a força policial europeia de 3 mil homens na ex-província sérvia disse que Limaj estava protegido pela imunidade parlamentar local.
Limaj, contudo, é investigado dentro do próprio Kosovo. Ele é acusado de corrupção, ao ter usado em benefício próprio recursos do Ministério dos Transportes kosovar, quando foi ministro da pasta.
As informações são da Associated Press.