EUA queriam centro antiterrorismo na Espanha

Os EUA ficaram tão preocupados com a possibilidade de um ataque terrorista na Espanha em 2007 que propuseram a criação de um centro antiterrorismo em Barcelona, segunda maior cidade do país, naquele ano, de acordo com documentos confidenciais divulgados pelo site Wikileaks.

Três telegramas afirmam que os norte-americanos queriam montar um “centro de inteligência antiterrorismo e anticrime” no consulado de Barcelona com o objetivo de “combater o ambiente rico em alvos de terrorismo” da região, que possui “mais de 1 milhão de muçulmanos”.

Em março de 2004, um total de 191 pessoas foram mortas e mais de 1.800 ficaram feridas após um ataque a bomba aos trens de Madri. Fundamentalistas islâmicos assumiram a autoria do atentado.

Um dos telegramas, com data de 2005, afirma que a “Espanha é tanto um alvo significativo de grupos terroristas islâmicos quanto um centro logístico para grupos extremistas que operam ao redor do globo”. Outro, de 2007, diz que o país “é um alvo passado e atual da Al-Qaeda” e possui papel crítico nos esforços dos EUA contra o terrorismo.

O documento aponta que Barcelona possui uma grande população muçulmana “suscetível à recrutamento” e que as autoridades espanholas e norte-americanas “identificaram a Catalunha como um centro de atividade radical islâmica no Mediterrâneo”. O grande número de imigrantes – tanto legais quanto ilegais – vindos do norte da África e do sudeste asiático tornou a região “um imã para recrutadores terroristas”.

Os planos para a criação do centro antiterrorismo afirmam que 13 agentes seriam colocados estrategicamente para monitorar com rapidez o que e quem estava passando pela região e indo ou vindo de países como Argélia, Tunísia e Marrocos. Não fica claro se o centro chegou a ser criado e a embaixada dos EUA em Madri recusou-se a comentar o assunto. As informações são da Associated Press.

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