EUA preparam revisão na estratégia para o Afeganistão

O principal comandante norte-americano no Afeganistão, o general Stanley McChrystal, afirmou ontem que é preciso “rever a estratégia” de combate à Al-Qaeda e ao Taleban no país. “A situação no Afeganistão é séria, mas ainda é possível vencer a guerra. Isso vai exigir uma revisão na estratégia e mais unidade de esforços”, disse o general em um comunicado. É a segunda vez em cinco meses que os Estados Unidos anunciam mudança de seu plano de ação para o Afeganistão. McChrystal entregou ontem ao Pentágono e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) um relatório sobre a situação no Afeganistão e as mudanças necessárias. Ele vem preparando o documento desde que assumiu o comando do front afegão, em abril.

Em seu relatório, o comandante não vai pedir o aumento no número de soldados. Segundo fontes da Otan, entretanto, a solicitação deverá ser feita em um documento separado. Especialistas antecipam que a decisão de aumentar a presença militar no Afeganistão será politicamente delicada para o presidente Barack Obama. A situação no Afeganistão vem se deteriorando e o número de soldados norte-americanos mortos neste mês chegou a 179 – recorde desde o início da guerra, há oito anos.

A indefinição da eleição e as acusações de fraude, aliadas à corrupção no governo do presidente Hamid Karzai, exacerbam os problemas. Nas últimas apurações, Karzai liderava com 46%, seguido de Abdullah Abdullah com 33%. Se Karzai não obtiver mais de 50% dos votos, haverá segundo turno. Mas a legitimidade das eleições está ameaçada por causa das inúmeras acusações de fraude e de intimidação de eleitores.

Guerra impopular

A guerra é cada vez mais impopular e tanto Obama quanto o chefe do Conselho de Segurança Nacional, Jim Jones, deram indicações de que a Casa Branca vai relutar em acatar pedidos dos militares para mandar mais soldados. “Vamos ler o relatório” antes de falar sobre o assunto, disse Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca. “O relatório é uma avaliação sobre a situação atual e o que precisa mudar. Recomendações específicas de recursos serão feitas nas próximas semanas, mas não são parte desse relatório.”

Voltar ao topo