O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos impôs nesta terça-feira sanções a uma rede corrupta na Venezuela que permitiu ao dono da gigante midiática Globovisión Tele C.A. e diversas pessoas ligadas a ela fazer bilhões em lucros de forma ilícita no mercado de câmbio do país.

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Parte de uma campanha abrangente de sanções que autoridades do governo de Donald Trump dizem visar pressionar o presidente Nicolás Maduro a restaurar a ordem democrática e o império da lei, as punições têm como alvo sete executivos de negócios venezuelanos e ex-oficiais do Tesouro do país e mais de 20 das suas empresas, incluindo a Globovisión.

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As sanções sucedem a abertura de processos judiciais contra vários desses indivíduos, incluindo Alejandro Andrade, ex-tesoureiro nacional que já serviu como guarda-costas do antecessor de Maduro, Hugo Chávez, e também recebeu uma sentença à prisão fechada de 10 anos no fim de 2018 após se declarar culpado por receber mais de US$ 1 bilhão em propina.

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Também foi alvo das sanções Raúl Gorrín, o presidente da emissora pró-governo Globovisión e da seguradora Seguros La Vitalícia, que, segundo autoridades americanas, subornou Andrade e sua sucessora – igualmente punida -, Claudia Patricia Díaz, para ganhar direitos privilegiados a moeda estrangeira para o governo de Maduro.

Gorrin e vários de seus associados recorreram ao amplamente usado mercado negro de câmbio da Venezuela, que opera a taxas muito mais altas, para assegurar bilhões em lucros, que Andrade e autoridades americanas dizem terem sido transferidos para ativos nos EUA e na Europa.

“Pessoas próximas ao regime venezuelano saquearam bilhões de dólares da Venezuela enquanto o povo venezuelano sofre”, disse o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin. “Os EUA permanecem comprometidos a submeter os responsáveis a pagar pelo trágico declínio da Venezuela e continuarão a usar ferramentas diplomáticas e econômicas para apoiar os esforços do povo venezuelano de restaurar a sua democracia.”