EUA focam diplomacia com Irã, mas sem descartar ação militar

O governo dos Estados Unidos mantém a opção militar sobre a mesa depois de o Irã realizar novos testes com mísseis, alguns de longo alcance. Apesar disso, Washington atribui ainda um forte papel à diplomacia, inclusive negociações diretas com Teerã, como forma de evitar que o país construa armas nucleares.

Os testes iranianos incluíram um míssil de longo alcance, que poderia causar séria destruição em Israel ou em instalações militares dos Estados Unidos na região, se transportasse uma ogiva nuclear. A ação de Teerã gerou uma resposta relativamente calma, pelo menos inicialmente, com a Casa Branca pedindo o fim dessas ações.

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e o secretário de Defesa, Robert Gates, disseram que os testes eram mais uma evidência da necessidade de um sistema de defesa aéreo no leste europeu. Rice mais tarde endureceu o discurso, advertindo o Irã de que os Estados Unidos não recuarão diante de ameaças iranianas a Israel.

O Pentágono, enquanto isso, realiza estudos para determinar exatamente o que o Irã testou e assim avaliar a capacidade do país nesse setor.

Os Estados Unidos oferecem, junto com outras nações, um pacote de incentivos ao Irã para que ele encerre seu programa de enriquecimento de urânio. Os países temem que Teerã busque construir armas nucleares – o que o governo iraniano nega, alegando só ter fins pacíficos, como a produção de energia elétrica.

O subsecretário de Estado William J. Burns afirmou que os EUA estão dispostos a usar "todos os mecanismos diplomáticos". A declaração foi uma resposta ao senador Joseph Biden, que pediu negociações diretas entre os países. Porém, Burns também enfatizou que os norte-americanos não descartam "a força como uma opção, mas só como último recurso".

Caso suspenda seu programa de enriquecimento de urânio, o Irã teria acesso a combustível nuclear para fins civis, assistência agrícola e intercâmbio de estudantes, apontou Burns.

Depois de se reunir com o presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, Rice assinalou em entrevista coletiva em Tbilisi que os Estados Unidos empreendem medidas para que o "Irã leve em conta a opinião da comunidade internacional".

"O Irã deveria voltar às negociações no formato vigente, já que as ameaças aos Estados Unidos e a outros países não fornecem nada de bom a ninguém", declarou a chanceler americana.

O secretário Gates disse não ser possível afirmar se os testes iranianos mostram uma capacidade maior do que a já conhecida pelos EUA. Mas disse que os exercícios eram uma resposta aos russos, para os quais os iranianos não teriam um míssil de longo alcance nos próximos dez ou 20 anos. Moscou se opõe ao sistema antimísseis planejado pelos EUA na Europa, vendo nessa iniciativa uma ameaça.

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