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Estatal russa Rostec retira equipe de defesa da Venezuela

A estatal russa Rostec, que atua nos setores de aviação, eletrônicos e armamento, anunciou neste domingo a retirada de seus principais consultores de defesa da Venezuela. A empresa, que treinou tropas e orientou o país em contratos de compra de armas, reduziu seu pessoal na Venezuela para apenas doze funcionários, de um total de aproximadamente 1.000 no auge da cooperação entre Moscou e Caracas, alguns anos atrás. A informação foi dada por uma pessoa próxima ao ministério de Defesa da Rússia.

A retirada gradual de funcionários da Rostec da Venezuela deve-se à falta de novos contratos e à aceitação de que o regime de Maduro não tem mais dinheiro para continuar pagando por outros serviços da companhia, segundo fontes. A Rússia está entre os maiores apoiadores internacionais de Maduro, mas a redução da presença de Rostec mostra os limites do alcance da Rússia no país sul-americano em um momento em que Moscou enfrenta dificuldades econômicas. Nos últimos anos, a Venezuela foi um dos maiores clientes de Moscou na região.

A retirada de funcionários permanentes e temporários da Rostec é um revés para Maduro, que frequentemente se refere ao apoio da Rússia e da China como sinal de que outras potências mundiais estão dispostas a ajudá-lo em seu confronto com os EUA. Uma pessoa próxima ao governo russo disse que a Rostec ponderou os benefícios políticos de apoiar Maduro contra as crescentes responsabilidades econômicas do regime russo. “Eles acreditam que a luta está sendo perdida”, disse a fonte.

O último grande contrato que Rostec cumpriu com a Venezuela foi a construção de um centro de treinamento para operar helicópteros militares, em março. Até o final do ano passado, a empresa ainda operava contratos relacionados ao fornecimento de mísseis e sistemas de defesa aérea para o país latino americano, mas os pagamentos foram interrompidos, segundo fonte próxima ao Ministério da Defesa da Rússia.

A Rostec tem enfrentado seus próprios problemas financeiros desde que os EUA, em 2017, começaram a sancionar países que mantivessem relações com a indústria de armas da Rússia. Desde então, vários países atrasaram suas compras de armas russas. Fonte: Dow Jones Newswires.

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