A partir de sexta-feira (1º), os Estados Unidos lançarão um novo sistema de controle de passageiros provenientes de países dos quais não é exigido o visto. Trata-se de uma autorização via internet, obtida por meio de um formulário que deverá ser preenchido 72 horas antes do embarque.

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De acordo com o projeto, apresentado nesta segunda-feira (28) em Bruxelas por Jackie Bednarz, representante do Ministério do Interior norte-americano, o formulário questiona o passageiro sobre o uso de drogas, participação em ações de espionagem, terrorismo, sabotagem, genocídio, ou até mesmo se já foi condenado por questões morais.

Segundo as autoridades norte-americanas, esta primeira fase, chamada de projeto piloto, durará dois meses. A partir de 1º de outubro, o sistema será formalmente expandido para incluir também os países da União Européia que não têm necessidade de visto até o dia 12 de janeiro de 2009.

A respeito da medida, denominada Esta, a Comissão da UE prefere esperar para dar um parecer. “Queremos ver o texto e entender como funciona o mecanismo antes de exprimir a nossa opinião. Devemos verificar se essa medida pode equivaler ou não a um visto”, afirmou Michele Cercone, porta-voz do comissário da UE para a justiça, segurança e liberdade civil, Jacques Barrot.

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“A Esta não é um visto”, assegurou Bednarz em entrevista coletiva. “É uma coisa muito diferente”, acrescentou o representante norte-americano, explicando que com a Esta, os Estados Unidos pretendem identificar, antes mesmo do embarque, quais são os passageiros que não estão autorizados a entrar no país.

A implantação da medida é o mais recente capítulo sobre as relações entre UE e Estados Unidos em matéria de visto. Na semana passada, a Comissão Européia ameaçou propor a reintrodução temporária da exigência de visto para os cidadãos norte-americanos que possuam passaportes diplomáticos ou de serviço, caso Washington não elimine a obrigatoriedade de visto que ainda exige dos cidadãos de 12 países da UE. 

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Apresentando uma relação baseada na ausência de respeito ao princípio da reciprocidade em matéria de abolição dos vistos entre UE e outros países, o comissário Barrot julgou “inaceitável” a situação ainda existente nesse aspecto não só com os Estados Unidos, mas também com os demais países. Por fim, reafirmou o seu empenho em fazer todo o necessário para que o princípio da reciprocidade seja plenamente respeitado.