A coalizão militar liderada pelos Estados Unidos no Afeganistão divulgou nesta quinta-feira (12) uma filmagem de um combate com supostos militantes islâmicos que resultou num bombardeio no Paquistão. O governo paquistanês afirma que as 11 pessoas mortas no bombardeio eram soldados de suas forças de segurança e que o alvo foi o posto de controle de Gorparai, na região fronteiriça de Mohmand.
Islamabad formalizou um protesto diplomático em duros termos e qualificou o bombardeio como "um ato covarde levado a cabo sem nenhuma espécie de provocação" por parte dos soldados. Os Estados Unidos, no entanto, alegam ter atacado militantes islâmicos em meio a combates na região de fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão.
O incidente ameaça estremecer ainda mais a parceria entre Washington e Islamabad no combate ao "terrorismo". A aliança é amplamente impopular no Paquistão.
Para sustentar sua versão, a coalizão militar americana no Afeganistão tomou a incomum decisão de divulgar um vídeo feito por uma sonda de vigilância que sobrevoava a região. As imagens granuladas mostram um grupo disparando contra o que seriam soldados fora do alcance da câmera.
De acordo com uma narração, o local filmado fica na província de Kunar, a apenas 200 metros da fronteira com o Paquistão e perto de Gorparai. Nem o posto nem outras estruturas são visíveis nas imagens.
Depois, as imagens mostram o que, segundo o narrador, seriam "militantes antiafegãos" tomando posições dentro do Paquistão. Pouco depois, o impacto de uma bomba. Segundo o narrador, dois deles morreram no primeiro ataque. Os sobreviventes esconderam-se e mais três bombas foram lançadas quase três horas depois do início do choque. Segundo o narrador, todos os supostos militantes morreram.
Na quarta (11), diplomatas americanos chegaram a pedir desculpas a Islamabad pela morte dos soldados paquistaneses, mas o Pentágono insiste ter atacado supostos militantes.