Espanha pagará para imigrante voltar ao país de origem

A Espanha pagará para que os imigrantes desempregados voltem aos seus países de origem, segundo um decreto sancionado hoje, no mais recente sinal da retração de uma economia que até pouco tempo conhecia uma forte expansão. A medida foi aprovada em uma reunião de gabinete e entrará em vigor em um mês, disse o ministro do Trabalho, Celestino Corbacho.

Essa é uma oportunidade e uma possibilidade para que as pessoas nessa situação possam, se assim desejarem, empreender uma nova atividade em seu país de origem”, disse Corbacho. O programa é estritamente voluntário e atenderá a pessoas de 19 países que não pertencem à União Européia, com os quais a Espanha mantém acordos bilaterais para pagar em um país benefícios de aposentadoria e seguridade social adquiridos em outro.

Aos imigrantes que desejem regressar, o governo espanhol oferecerá 40% da quantia total quando renunciarem a suas permissões de residência e de trabalho na Espanha e os restantes 60% dos benefícios, quando regressarem aos países de origem. Os que aceitarem sair da Espanha se comprometerão a não voltar em três anos, após os quais poderão pedir novamente permissões de residência e trabalho.

A iniciativa é a medida mais recente de um governo que enfrenta um desemprego crescente e uma economia que, após uma década de forte crescimento, corre o risco de recessão. O desemprego na Espanha, de 10,7% da população economicamente ativa, é o mais elevado atualmente na União Européia, segundo a agência de estatística Eurostat.

A crise atual tem como um dos motivos a retração na indústria da construção civil, principal motor do crescimento e fonte de empregos para trabalhadores qualificados da América Latina, Norte da África e Leste Europeu. Os imigrantes são os mais afetados pela retração na construção civil.

Adesão

A vice-presidente de governo, María Teresa Fernández de la Vega, afirmou que a medida vai “facilitar o regresso aos países de origem para os trabalhadores que, após contribuírem para a riqueza da Espanha, decidam retornar ao seu país de origem”. Corbacho não divulgou estatísticas, mas em julho o governo espanhol estimou que 10 mil imigrantes desempregados, de um total de 165 mil que estão nessa situação, irão aderir ao projeto.