Equador abre processo para não pagar dívida com Brasil

O presidente do Equador, Rafael Correa, disse nesta quinta-feira (20), durante a divulgação dos resultados de uma auditoria sobre a dívida do país, que o governo tomou providências legais contra uma dívida de US$ 320 milhões contraída junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio da construtora brasileira Odebrecht, de acordo a agência de notícias Dow Jones.

A declaração foi reforçada por Jorge Glas, presidente do Fundo de Solidariedade do Equador, órgão estatal vinculado ao setor de geração e transmissão de energia elétrica no país. Em entrevista ao jornal local El Universo, ele explicou que o governo apresentou um pedido de arbitragem na Câmara de Comércio Internacional, em Paris, solicitando a suspensão da cobrança do empréstimo devido a ilegalidades contratuais.

Procurado pela Agência Estado, o BNDES informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não irá se pronunciar sobre o assunto e que possíveis pronunciamentos sobre o tema só poderão ser considerados quando o banco for comunicado oficialmente sobre a instauração do processo.

Correa já havia ameaçado não pagar o empréstimo em setembro, argumentando que o dinheiro, utilizado para financiar as obras da hidrelétrica de San Francisco, possuía “graves irregularidades”. A usina foi construída pela Odebrecht e começou a operar em meados do ano passado, mas interrompeu as operações em junho devido a problemas na construção.