O secretário do Comércio Interior da Argentina, Guillermo Moreno, insultou hoje os cerca de 30 participantes de um panelaço feito na porta da sua casa, em Buenos Aires.

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Em um evento com sindicalistas, Moreno, um dos principais integrantes do governo de Cristina Kirchner, se irritou com a presença dos manifestantes, que protestavam contra a suposta pressão exercida por ele para minimizar um processo movido por uma despachante da alfândega.

“Não costumo pedir que minha mulher me acompanhe, mas hoje pedi que viesse porque a essa hora estão fazendo um panelaço na minha casa. Por isso eu digo aos que estão protestando na frente da minha casa que enfiem as panelas no c…”.

A informação foi revelada pelo jornal de bairro “Zona Norte” e repercutida pela imprensa argentina. A declaração foi feita durante a reunião do Frente para a Vitória (vertente kirchnerista do peronismo), em Vicente López.

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O protesto foi convocado pelas redes sociais e tinha como principal slogan: “O secretário do Comércio maltrata as pessoas”. Depois das 20h, a palavra “Moreno” foi um dos temas mais abordados no microblog Twitter, na Argentina.

A principal razão para o panelaço foram os desdobramentos de um processo contra o secretário feito pela despachante da alfândega Paula de Conto, revelado na semana passada pela imprensa argentina.

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Agressão

Na ação, Conto acusa Moreno de agressão e violência de gênero quando a convocou para uma reunião em particular no prédio da Secretaria de Comércio, em Buenos Aires. Ela diz que o secretário gritou com ela e outros dois funcionários de sua empresa, que trabalham em São Paulo.

O processo, que foi acompanhado pelos meios de comunicação, foi admitido pela Justiça e encaminhado por sorteio ao tribunal chefiado por Norberto Oyarbide, um dos juízes aliados a Cristina Kirchner.

Devido à escolha, cerca de 150 pessoas protestaram na porta da casa do magistrado, em Buenos Aires. Após o ato, ele renunciou ao caso, sendo substituído pelo juiz Daniel Rafecas, o primeiro a julgar a causa de tráfico de influência do vice-presidente Amado Boudou.