Enfermeira com suspeita de ebola reclama da quarentena

A enfermeira Kaci Hickox, da organização Médicos Sem Fronteiras, que testou negativo para ebola após ser colocada em quarentena em New Jersey se queixou do procedimento adotado. Kaci, do estado americano do Maine, cuidou de pacientes com ebola em Serra Leoa. Ela foi detida no aeroporto internacional de Newark Liberty de acordo com protocolos determinados pelo governador de New Jersey, Chris Christie, e de Nova York, Andrew Cuomo.

Em um artigo publicado pelo jornal americano The Dallas Morning News, no sábado, Kaci escreveu que ser mantida em quarentena no Hospital Universitário de Newark “não é uma situação que desejaria a ninguém. Estou assustada por aqueles que virão depois de mim.”

Kaci relatou que um homem que acredita ser do escritório de Imigração a interrogou “como se fosse uma criminosa”. No hospital, sua temperatura foi medida em 37 graus Celsius e o médico que a atendeu afirmou que ela não estava com febre. Em seguida, foi feito um exame de sangue, que deu negativo para o vírus. “Estou com medo de como os profissionais de saúde serão tratos nos aeroportos quando contarem que estava lutando contra o ebola na África Ocidental”, escreveu.

A mãe de Kaci, Karen Hickox, afirmou que sua filha foi colocada em uma tenda isolada sem chuveiro. De acordo com os Médicos sem Fronteiras, a tenda não era aquecida e Kaci foi forçada a usar um avental de papel desconfortável. Ela não foi informada dos passos seguintes nem de quanto tempo permaneceria isolada.

A organização se declarou “muito preocupada com as condições”, em um comunicado. “Apesar de medidas de proteção da saúde pública serem importantes, elas devem ser equilibradas considerando os direitos dos profissionais de saúde.”

Uma porta-voz do hospital onde Kaci foi internada declarou que ela estava em uma “unidade de tratamento de clima controlado” dentro de um prédio que é parte do hospital.

O governador Christie afirmou que a “primeira e principal obrigação é proteger a saúde e a segurança das pessoas de New Jersey”. Ele lamentou “se as medidas foram de alguma forma inconvenientes, mas a inconveniência que poderia ocorrer de ter pessoas com sintomas de ebola entre o público é uma preocupação muito maior.” Fonte: Dow Jones Newswires.

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