A maioria das empresas britânicas deve implementar seus planos de contingência para o Brexit até o Natal caso não haja maior clareza sobre a saída do país da União Europeia. Segundo a Confederação da Indústria Britânica (CBI, na sigla em inglês), esses planos podem incluir fechamento de postos de trabalho, ajuste de cadeias de fornecedores fora do Reino Unido, estoque de produtos e realocação da produção e de serviços para outros países.

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O alerta ocorre em meio a crescentes temores de que o país possa sair da União Europeia em março sem um acordo sobre o futuro relacionamento com o bloco. Isso poderia levar à imposição de tarifas sobre exportações, reinstalação de barreiras alfandegárias e restrições a viajantes e trabalhadores, o que é uma combinação tóxica para empresas.

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“A situação é urgente”, disse Carolyn Fairbairn, diretora geral da CBI. “A velocidade das negociações está sendo superada pela realidade que as empresas estão enfrentando na realidade”, afirmou.

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Uma conferência de líderes da União Europeia na semana passada falhou em estabelecer uma saída. Dezembro é a data da próxima reunião, o que deixa o processo do Brexit estacionado até bem próximo da data final de saída do bloco, no dia 29 de março. Mesmo que um acordo seja desenhado, há dúvidas sobre a habilidade da primeira ministra Theresa May assegurar a maioria necessária no Parlamento, dada a divisão sobre o tema.

“A menos que um acordo de saída seja fechado em dezembro, as empresas vão apertar o botão nos seus planos de contingência”, disse Fairbairn. “Empregos serão perdidos e cadeias de suprimentos serão movidas”, acrescentou.

O alerta da CBI se baseia numa pesquisa feita com 236 empresas afiliadas, entre pequenos e médios negócios. Segundo o levantamento, 82% das empresas vão ter iniciado a implementação de planos de contingência até dezembro caso o processo do Brexit não esteja claro.

A entidade disse ainda que 80% das empresas acreditam que o Brexit já teve um impacto negativo em suas decisões de investimento. Há um ano, esse porcentual era de apenas 36%.

Segundo a pesquisa, 66% dos negócios acreditam que o Brexit afetou a atratividade do Reino Unido como um local de investimento, enquanto 24% dizem que não houve impacto.

Grandes companhias estão ficando cada vez mais incomodadas com o impasse nas conversas sobre o Brexit. Na semana passada, antes da conferência em Bruxelas, a gigante do setor farmacêutico AstraZeneca e a fabricante de automóveis Ford emitiram comunicados levantando dúvidas sobre seus investimentos na Grã-Bretanha. Fonte: Associated Press.