Emergentes pedem proposta única de redução de gases

Os países emergentes estudam levar à próxima Conferência do Clima uma proposta única de redução das emissões de gases de efeito estufa. O texto deverá estabelecer critérios que permitam o desenvolvimento sustentável e cobrar que as nações ricas assumam mais responsabilidade pelo aquecimento global.

Durante um encontro realizado ontem no Rio, ministros do grupo Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China) anunciaram a realização de estudos técnicos nos próximos meses para elaborar os parâmetros que serão levados à cúpula da ONU, marcada para novembro e dezembro em Cancún, no México. “Estamos dialogando para estabelecer posições convergentes, mas ainda precisamos avaliar o impacto das propostas de redução da emissão de gases nas economias domésticas”, disse a ministra brasileira do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

As autoridades cobram a adoção de metas diferenciadas de redução das emissões para cada nação, mas ainda não chegaram a um acordo em relação aos critérios que serão usados para estabelecer esses limites.

Segundo a proposta, cada país teria direito a emitir um volume máximo de gases de efeito estufa, para tentar evitar um aumento significativo da temperatura do planeta. Para impedir um aquecimento de mais de 2°C em relação ao período pré-industrial, o Brasil defende o uso de parâmetros históricos, em que os países desenvolvidos estariam sujeitos a restrições maiores. A Índia sugere a adoção de metas de emissão per capita, em que as nações mais populosas teriam direito a limites mais altos.

Representantes das quatro nações se encontrarão novamente em outubro, em Pequim, para acertar os pontos do documento, que será proposto aos países em desenvolvimento do chamado G-77 e levado a Cancún. Os ministros reunidos no Rio, no entanto, reconhecem que as diferenças entre as nações do grupo pode dificultar um acordo.