Em retaliação, EUA expulsam embaixador do Equador

O governo dos Estados Unidos expulsou hoje o embaixador do Equador em Washington, Luis Gallegos, em retaliação à expulsão da embaixadora dos EUA em Quito, Heather Hodges. A embaixadora americana fez acusações de corrupção contra altos funcionários do governo do Equador em telegramas diplomáticos secretos que enviou a Washington e que foram publicados pelo website WikiLeaks.

“A ação injustificada do governo equatoriano em declarar a embaixadora Hodges ‘persona non grata’ não nos deixou outra opção, a não ser esta ação recíproca”, disse Charles Luoma-Overstreet, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA. Ele disse que os EUA querem ter uma boa relação com o Equador, mas a decisão de expulsar Hodges prejudicou os laços entre os dois países e será levada em conta no futuro.

O Equador expulsou Hodges na terça-feira porque ela escreveu, em telegrama confidencial publicado pelo WikiLeaks, que um chefe de polícia recém-aposentado tinha uma longa história de corrupção e especulou que o presidente equatoriano, Rafael Correa, sabia disso e não tomou providências.

O chanceler do Equador, Ricardo Patiño, afirmou que Hodges não explicou o que a levou a sugerir, no telegrama de 2009, que Correa conhecia “supostos atos de corrupção de membros da liderança da polícia e mais especificamente do ex-comandante da instituição, Jaime Hurtado Vaca”.

Correa, que governa o Equador desde 2007, já expulsou três diplomatas dos EUA, contando Hodges. Ela foi a segunda diplomata americana a ser vítima do WikiLeaks, que desde novembro publicou mais de 6.300 telegramas diplomáticos secretos do governo dos EUA. No mês passado, Carlos Pascual deixou o cargo de enviado especial dos EUA no México, após o WikiLeaks publicar telegramas nos quais ele fez comentários que enfureceram o presidente mexicano, Felipe Calderón.

Com a expulsão de Hodges, o Equador passou a ser o terceiro país na América Latina sem embaixador americano. A Bolívia expulsou o embaixador dos EUA em La Paz no final de 2008, acusando o diplomata de incitar a oposição política, enquanto a Venezuela está sem embaixador americano desde julho de 2010, após rejeitar o nomeado de Washington para a embaixada em Caracas. As informações são da Associated Press.

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