Em dia de avanços, rebeldes sírios aguardam ajuda de países do Golfo

Rebeldes sírios esperam uma ajuda militar maior dos Estados árabes do Golfo depois de anunciarem uma nova estrutura de comando que tem por objetivo unir os grupos armados opositores ao presidente Bashar Assad, disseram comandantes rebeldes hoje.

Combatentes rebeldes obtiveram vantagens em todo o país no mês passado, tomando bases militares e enfrentando as forças armadas mais fortes de Assad às margens de sua base de poder em Damasco.

Ativistas disseram que houve batalhas hoje no sul de Damasco, perto do aeroporto internacional, e relatos de combates nos distritos de Rukneddine e Salhiyeh, no norte da capital –os piores ali desde o início do levante, 20 meses atrás.

Apesar de usar táticas de batalha mais eficazes e de obter mais armas, os combatentes de maioria sunita até agora não tiveram o poder de fogo para dar um golpe decisivo em Assad, que é da minoria alauita, ligada ao Islã xiita.

Abu Moaz al-Agha, líder e porta-voz do poderoso Movimento Ansar al Islam, que inclui várias brigadas islâmicas rebeldes, disse que o novo comando militar dominado pelos islamistas eleito na Turquia no final de semana poderia mudar isso.

“Agora precisamos de armas pesadas e esperamos obtê-las depois desta formação. As armas antiblindados e antibombardeios são as que estamos esperando”, ele disse à agência de notícias Reuters por Skype da Turquia, antes de seguir para o Golfo.
“Os qatarianos e sauditas nos fizeram promessas positivas. Veremos o que vai acontecer”, disse, acrescentando que autoridades dos países ocidentais, que também compareceram ao encontro na Turquia, não tinham mencionado armar os rebeldes, mas falado sobre “envio de ajuda”.

No norte do país, os rebeldes ainda conquistaram uma vitória ao capturar parte de uma base do Exército perto da cidade de Aleppo, reforçando o controle dos insurgentes nas áreas próximas à fronteira com a Turquia.

Segundo ativistas, 13 soldados leais a Assad foram mortos na operação. A posição conquistada fica perto da estrada que serve de ligação entre Aleppo, a maior cidade da Síria, e a capital do país.

A guerra civil, que já matou mais de 40 mil pessoas desde o início dos conflitos, há ceca de 20 meses, foi mencionada pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, que compareceu a Oslo para receber o Nobel da Paz concedido neste ano à instituição.

“A atual situação na Síria é uma mancha na consciência do mundo e da comunidade internacional tem o dever moral de enfrentá-la”, afirmou Barroso.

Voltar ao topo