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Eleição presidencial na República Checa ressalta fascínio pela Rússia

O checos votaram no primeiro turno das eleições presidenciais entre ontem e hoje e uma potencia mundial estava presente no debate político: a Rússia. O presidente Miloš Zeman pleiteia um segundo mandato e se lançou como o parceiro de Vladimir Putin na Europa. O relacionamento de Praga com Moscou é “10 vezes” mais importante do que com países vizinhos como França, disse ele ao presidente russo em novembro, falando em russo diante de jornalistas que ele repreendeu por sua incapacidade de falar o idioma.

O político de 73 anos também propôs a realização de um plebiscito perguntando aos checos se eles querem deixar a União Europeia (UE) e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Com placar vitorioso em quase todas as regiões consultadas pelo Instituto de Estatísticas Checo no sábado, Zeman liderava com 40% dos votos, de acordo com a Associated Press. Entretanto, como ele não detém a maioria dos votos, Zeman e o segundo colocado na disputa, Jirí Drahoš, irão se enfrentar novamente nas urnas em 26 janeiro.

Drahoš, de 68 anos, ex-presidente da Academia Checa de Ciências, é mais orientado ao Ocidente que Zeman.

Os elogios deste último a Putin – que inclui até a aprovação de sua anexação da Crimeia e ataques aéreos contra cidades sírias – desconcertou muitos checos, mas não tem sido um problema para seus eleitores.

Cinquenta anos atrás, no mês de agosto tanques soviéticos cruzaram Praga, matando mais de 100 dissidentes e gerando em toda uma geração de checos o desejo de escapar da influência russa e se juntar ao Ocidente.

Agora, essas memórias são passadas por alguns checos que veem seu país como dominado por Washington e a UE. A decisão da UE de receber milhares de refugiados em ex-estados comunistas, como a República Checa, intensificou o sentimento de que essas nações não têm voz no maior clube da Europa.

Embora a maior parte dos checos vote a favor de permanecer na UE, a maioria também é contra ampliar seu envolvimento com o grupo, por exemplo, adotando o euro ou permitindo que a UE conceda asilo para refugiados no país. Fonte: Dow Jones Newswires.

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