Multidões de turistas e pessoas empinando pipas se reuniram hoje na Praça Tiananmen, mais conhecida como Praça da Paz Celestial, sob os olhares das forças de segurança chinesas, atentas a qualquer tentativa de comemoração do 21º aniversário da sangrenta ação militar contra manifestantes pró democracia em Pequim.

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Mas em Hong Kong, território chinês semiautônomo, a vigília anual à luz de velas atraiu milhares de pessoas, que aproveitam a liberdade de expressão que possuem na ex-colônia britânica. A multidão no Victoria Park, em Hong Kong, era grande o suficiente para encher seis campos de futebol, embora não haja estimativas oficiais. “O Partido Comunista Chinês é criminoso. Eles vão matar para proteger seus próprios interesses”, disse um dos participantes, o empresário Joe Jia.

O governo chinês nunca revelou completamente o que aconteceu quando os militares esmagaram os protestos de uma semana liderados pelos estudantes na noite de 3 para 4 de julho de 1989, matando centenas de pessoas. O governo afirma que os protestos foram um “distúrbio contrarrevolucionário”. Discussões públicas sobre o evento ou qualquer imagem que faça referência ao fato continuam proibidas na China continental.

Detenção

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Wu’er Kaixi, um importante líder estudantil dos protestos da Praça da Paz Celestial, foi detido em Tóquio por supostamente ter entrado hoje na embaixada chinesa. O ativista de 42 anos pulou uma pequena cerca de metal da frente da embaixada e foi rapidamente capturado pela polícia japonesa, como mostram imagens da emissora pública NHK. Segundo a agência de notícias Kyodo, Wu’er foi detido no local.

A polícia japonesa disse que deteve um homem, de cidadania taiwanesa, por invadir a embaixada chinesa, mas não confirmou se ele era Wu’er. O ex-líder estudantil é agora um cidadão de Taiwan. Wu’er era o número 2 da lista chinesa de 21 líderes estudantis procurados após a ação militar na Praça da Paz Celestial. Ele fugiu do país e agora vive em Taiwan, onde é empresário e comentarista político.

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