Democratas planejam introduzir legislação para controle de armas

Os senadores democratas Dianne Feinstein e Charles Schumer apoiaram neste domingo a introdução de um projeto de lei sobre o controle de armas no Congresso dos Estados Unidos após o massacre ocorrido na sexta-feira na cidade de Newtown (Connecticut), que deixou 28 mortos, entre eles 20 crianças.

Feinstein anunciou que introduzirá um projeto de lei assim que se constitua o novo Congresso a partir de janeiro.

“Apresentarei o projeto no Senado e o mesmo projeto será apresentado na Câmara (de Representantes). Será um projeto de lei para proibir as armas de assalto”, explicou a senadora democrata pela Califórnia ao programa “Meet The Press” do canal “NBC”.

“Se proibirá a venda, a transferência, a importação e a posse. Não terá caráter retroativo, mas será feito de forma prospectiva. (…) Portanto haverá um projeto de lei. Estivemos trabalhando nisso durante um ano”, assegurou.

Feinstein se mostrou otimista em que tal medida possa ser aprovada, assim como o senador Schumer, democrata por Nova York.

“Acho que podemos fazer algo”, disse Schumer no programa “Face The Nation” da “CBS”, ressaltando a necessidade de limitar o acesso a armas de grande calibre, assim como a sua munição, para evitar que pessoas “mentalmente instáveis” possam adquiri-las.

Ao lado de Feinstein, também esteve o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, que copreside a associação “Prefeitos contra as Armas Ilegais” junto com seu colega de Boston, Thomas M. Menino.

“Acho que o presidente (Barack Obama) deve consolar o país, mas ele é o comandante-em-chefe, assim como o consolador-em-chefe”, disse Bloomberg na “NBC”.

“É hora do presidente, acredito eu, se colocar de pé e guiar o país em direção ao que devemos fazer”, considerou.

A grande maioria das crianças vítimas do massacre da escola Sandy Hook de Newtown tinha seis anos (16 de um total de 20), segundo a lista de vítimas do tiroteio divulgada pelas autoridades.

O autor do massacre, Adam Lanza, de 20 anos, usou um rifle semiautomático Bushmaster 223 e duas pistolas semiautomáticas, uma Glock e uma Sig Sauer.

As três armas estavam registradas no nome de sua mãe, Nancy, que foi assassinada por seu filho em sua própria casa antes de dirigir-se à escola para perpetrar o massacre.

A Segunda Emenda da Constituição consagra o direito dos americanos à posse de armas e a Corte Suprema sempre decidiu a favor frente às tentativas de alguns estados e cidades para limitá-la.

Os EUA são o país do mundo com mais civis com posse de armas, com entre 270 milhões e 300 milhões, segundo as Nações Unidas, um número que a Associação Nacional do Rifle eleva para mais de 300 milhões.

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