Críticas a programas alternativos à coca

Os programas de cultivos alternativos “implantados” pelo governo dos Estados Unidos para erradicar a semeadura de folhas de coca fizeram com que, no Peru, a pobreza e o analfabetismo aumentassem em mais de 20%, denunciou o congressista peruano Michael Martínez.

Segundo declarações à ANSA, Martínez quer que o governo peruano declare legal a semeadura, consumo, transporte e comercialização da folha de coca.

Além disso, o parlamentar criticou a Lei de Promoção Andina e Erradicação de Drogas (ATPDEA), promulgada pelos Estados Unidos, porque segundo disse, prejudica quase um milhão de produtores de coca.

O ATPDEA tem como objetivo facilitar a entrada de mais de 6 mil produtos da Bolívia, Colômbia e Peru no mercado americano, com tarifa alfandegária zero.

“O ATPDEA é um ato de humilhação contra o povo peruano, que coloca de joelhos um milhão de produtores de coca para benefício de alguns poucos empresários”, indicou Martínez.

“Quase 25 anos de cultivos alternativos não deram absolutamente nenhum fruto favorável aos camponeses e agricultores das 14 regiões produtores de coca do país”, disse.

“A pessoa que consome folhas de coca se energiza e tem mais força para trabalhar. Nunca houve um único louco ou demente por consumir folhas de coca. Pleiteamos uma questão muito elementar, científica e técnica, que é retirar desse pacote de erradicação a folha de coca, e que se declare livre para sua semeadura, consumo e transporte”, enfatizou Martínez.

Além disso, ele declarou que se deve levar em conta a diferença que existe entre a cocaína e a folha de coca, e entre o produtor de folhas e aqueles que utilizam as folhas de coca como matéria-prima para enriquecer ilicitamente.

Por isso, o parlamentar pediu ao governo peruano “incrementar uma política severa de luta contra o narcotráfico, que é distinto do produtor da folha de coca. Deve-se perseguir e punir aqueles que se dedicam a essa atividade ilegal”, completou Martínez.

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