Coreia do Sul deporta cidadã norte-americana após elogios à Coreia do Norte

A Coreia do Sul deportou uma cidadã dos Estados Unidos por elogiar a Coreia do Norte em uma aula ministrada no país. A decisão foi a última em uma série de casos que infringem a liberdade de expressão, segundo críticos.

Shin Eun-mi, que também é sul-coreana, foi removida do país neste sábado sob ordem do Serviço de Imigração da Coreia, após promotores considerarem que seus comentários violaram a Lei de Segurança Nacional. Shin foi enviada aos Estados Unidos e diz esperar obter permissão para retornar às duas Coreias.

Em Washington, a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, afirmou que Shin foi barrada de deixar o país por três semanas e que os Estados Unidos receberam relatos de que a promotoria havia solicitado que ela fosse deportada e banida da Coreia do Sul por cinco anos.

Em rara crítica a um país aliado, Psaki disse que as leis de segurança limitam a liberdade de expressão e o acesso à Internet na Coreia do Sul, apesar do seu bom histórico em questões de direitos humanos.

Apoiadores da lei, contudo, afirmam que ela é necessária devido às contínuas ameaças da Coreia do Norte, com quem a nação ainda está oficialmente em guerra, já que um tratado de paz nunca foi assinado. Em contrapartida, críticos querem que a lei seja removida, citando ex-líderes sul-coreanos autoritários que a utilizavam para suprimir rivais políticos.

Em aula conduzida em novembro, Shin afirma que muitos desertores da Coreia do Norte vivendo no país ao sul afirmaram querer voltar para casa, e que os norte-coreanos esperam que Kim Jong Un seja um líder a trazer mudanças. Shin também elogiou o sabor da cerveja do país e seus rios límpidos.

Diante da possibilidade de ser deportada, Shin disse que não tinha intenção de defender a nação ao norte e que estava apenas expressando o que sentiu durante suas viagens além da fronteira. Shin escreveu um livro sobre suas experiências na Coreia do Norte que chegaram a ser postos em uma lista de leitura oficial do governo, mas foram removidos nesta semana pelo Ministério da Cultura. O governo também irá recolher mais de mil cópias distribuídas a bibliotecas públicas. Fonte: Associated Press.

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