Conferência da ONU de número 18 começa no Qatar

Começou hoje em Doha, no Qatar, a COP-18, conferência do clima da ONU (Organização das Nações Unidas).
Com cerca de 17 mil participantes de quase 200 países, a nova rodada de negociações discutirá, nas próximas duas semanas, como caminhar rumo a um sonhado novo acordo global do clima, meta ainda distante.
Na cerimônia de abertura, o presidente da COP-18, Abdullah Bin Hamad Al-Atttiyah, ex-ministro da energia do Catar, disse que “o fenômeno da mudança climática é um desafio comum para a humanidade” e que a conferência é uma “oportunidade de ouro, e devemos usá-la”.
Um dos principais tópicos do encontro será a discussão do futuro do Protocolo de Kyoto, único pacto já firmado entre as nações do planeta para a redução das emissões de carbono.
O protocolo, cujo primeiro período expira em 31 de dezembro deste ano, compromete países industrializados (como a União Europeia e o Japão) a reduzirem em 5% as emissões de gases do efeito estufa em relação aos níveis produzidos em 1990.
Críticos dizem que o acordo de Kyoto é falho, pois não inclui EUA e China, os maiores emissores do mundo.
Uma declaração do grupo das cem nações mais pobres e sob risco disse que “o Protocolo de Kyoto é mais do que um tratado. É o fundamento sobre o qual repousa o esforço multilateral para enfrentar a mudança climática”.
“Os países mais responsáveis pela crise climática devem concordar com um segundo período de compromissos sob o Protocolo de Kyoto, que vai trazer benefícios reais para a questão do clima. Atualmente, o que está sobre a mesa está muito aquém das necessidades.”
A União Europeia, a Austrália e outros signatários, que são 15% do total de emissões globais, têm dito que aceitariam compromissos com o segundo período, mas Nova Zelândia, Canadá, Japão e Rússia têm recusado.
Um relatório sobre o clima encomendado pelo Banco Mundial e apresentado na última semana apontou que, mesmo que as atuais medidas de redução na emissão de gases do efeito estufa sejam cumpridas, há cerca de 20% de chance de a temperatura do planeta aumentar 4º C até o fim do século.

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