Com os primeiros encontros de especialistas, mais algumas dúvidas e polêmicas, teve início nesta terça-feira (13), em Lima, a Cúpula América Latina-União Européia, a quinta desde 1999.
Sob forte esquema de segurança, a capital do Peru espera a chegada de personalidades políticas como o novo chanceler da Itália, Franco Frattini e do ex-bispo Fernando Lugo, que fará sua primeira aparição internacional como presidente do Paraguai. Já Hugo Chávez, presidente da Venezuela, protagonizou uma discussão com a chanceler alemã, Angela Merkel, e agora coloca em dúvida sua presença.
"Espero que esta cúpula não seja um ritual de declarações declamatórias, nem um passeio à outra parte do mundo. Deve se concluir com decisões", disse o presidente peruano Alan Garcia. Na sexta-feira e sábado, o ritmo da cúpula deve crescer, com os encontros de chefes de governo e estado.
"Pobreza, desigualdade e integração, (…) e temas de desenvolvimento sustentável, como ambiente, clima e energia" serão os assuntos mais discutidos, assim como a crise dos alimentos. "Ao querer substituir o petróleo pelo etanol, caímos em uma armadilha que resulta perigosa", acredita Garcia, que também chamou a Europa a participar de grandes investimentos "para o reflorestamento da Amazônia".
Ganham força temas multilaterais como a definição de um tratado de livro comércio entre UE e Comunidade Andina, mas ainda persistem as pendências bilaterais, como as relações entre Colômbia e Venezuela.
"Não sei se vou até Lima", disse Chávez. "Querem que a gente fique quieto. Se vou a Lima e de repente digo alguma coisa inesperada, então ela também me interromperá para perguntar por que eu não fico calado", disse Chávez, aplicando o bate-boca com o rei Juan Carlos de Espanha à nova discussão com a chefe de governo da Alemanha. Merkel propôs que os outros países latino-americanos isolem a Venezuela.
Em Lima, Chávez poderá, se estiver presente, esclarecer a antiga polêmica com o reeleito premier espanhol José Luis Rodriguez Zapatero, discutir a nova com Merkel, e ainda reencontrar Uribe e outros colegas do continente.
