Colômbia cancela participação em reunião da Unasul

A Colômbia cancelou ontem à noite a participação de seus ministros da Defesa e Relações Exteriores na reunião da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), convocada para hoje em Quito, Equador, para “evitar insultos que firam sua dignidade nacional”, informou o governo colombiano. O país enviará apenas uma “missão técnica”. Na reunião, será abordada a questão do acordo que permitirá aos Estados Unidos usarem até sete bases militares colombianas. O acordo provocou uma crise entre Bogotá e Caracas, para quem as bases podem ser usadas para atacar o país do venezuelano Hugo Chávez.

Antes de Bogotá cancelar sua participação na reunião, especulou-se que o conflito entre Colômbia e Venezuela poderia ser resolvido a partir de um “armistício verbal” e de um acordo bilateral sobre fronteira. O assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse que as duas iniciativas seriam um ponto de partida para contornar a tensão entre os dois países.

Essas ideias, em princípio, devem ser expressas na reunião hoje para tratar da proposta peruana de selar um pacto de não-agressão na região. O encontro retoma a pauta deixada em aberto há dois meses sobre as garantias de que a presença americana nas bases colombianas não ameaça os países vizinhos.

Segundo Garcia, um acordo de fronteiras entre os dois países tenderia a limitar as tensões provocadas pela movimentação de guerrilheiros e grupos paramilitares. Essa fórmula foi seguida por Colômbia e Equador para fomentar a retomada das relações diplomáticas, rompidas há 20 meses. O compromisso deve ser selado formalmente hoje em Quito.

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