Coalizão de rebeldes pede respaldo da Europa

O novo líder da oposição síria, Mouaz al Khatib, pediu hoje o reconhecimento da Europa como representantes do país árabe. A intenção é, a partir da declaração europeia, obter recursos para a compra de armas para os combates contra as tropas de Bashar Assad.

A coalizão de opositores foi aprovada após uma reunião em Doha, no Qatar, no domingo. Apesar do evento ter sido respaldado pelos Estados Unidos e a União Europeia, os países são reticentes em reconhecer o novo grupo.

As principais preocupações dos países ocidentais são a pouca influência do grupo político na sociedade síria e as incertezas sobre a infiltração de terroristas entre os combatentes rebeldes.

Em comunicado, o ministro de Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, disse que a coalizão é um passo à frente, mas ainda não é o suficiente. “Ainda é pouco para constituir um governo provisório que possa ser reconhecido internacionalmente. Mas estão no caminho certo”.

Le Drian ainda pediu a unificação das ações militares para evitar operações aleatórias e a retirada de “elementos salafistas”, em referência aos rebeldes mais radicais.

Na mesma linha, o ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, avaliou que a coalizão precisa de mais apoio dentro do país para que seja reconhecida como representante da população síria.

“Nós queremos que a oposição síria seja inclusiva e tenha o apoio dos sírios. Se eles conseguem isso, nós os reconheceremos como representantes legítimos da população síria”.

Coalizão

A união de opositores recebeu ontem o respaldo oficial da Liga Árabe e da Cooperação do Golfo, que inclui países como Arábia Saudita e Qatar, que já financiam abertamente os rebeldes sírios.

Essa nova coalizão é dominada pelo maior grupo rebelde sírio, o Conselho Nacional Sírio (CNS) -que detém 22 das 60 vagas disponíveis-, e presidida pelo clérigo moderado Ahmed Muaz al Khatib, 52, de Damasco.

Os rebeldes passaram os últimos meses de confronto profundamente divididos, a despeito dos pedidos das potências ocidentais e árabes por unificação. A expectativa é a de que a liderança única viabilize negociações e o repasse de ajuda humanitária e de armamentos.

A oposição enfrenta o regime do ditador Bashar Assad desde março de 2011. A insurgência, que começou pacífica, se transformou em um conflito que já deixou pelo menos 30 mil mortos, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).

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