Com um acordo de importância histórica, China e Rússia completaram nesta segunda-feira (21) a definição dos 4.300 quilômetros de fronteira entre os dois países. O protocolo foi assinado em Pequim pelo ministro de Relações Exteriores chinês, Yang Jienchi, e pelo seu colega russo, Sergei Lavrov.

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O acordo, na prática, oficializa o consenso sobre as fronteiras definido em 2004, segundo a agência Nova China. Falando aos jornalistas após a assinatura, Yang disse que as conversas de hoje foram “positivas e frutíferas”.

Além da definição das fronteiras, os ministros falaram da relação “estratégica” entre os dois países. “Discutimos sobre a fronteira por 40 anos”, acrescentou o ministro chinês, “não é um problema simples, mas agora conseguimos definir a fronteira em toda a sua extensão”, um fato que “em termos políticos é um sucesso para ambos”.

Lavrov afirmou que “do ponto de vista legal, criamos as condições para transformar as fronteiras em uma ligação de estabilidade, abertura, benefício recíproco, amizade e cooperação”. Os detalhes do acordo não foram divulgados, mas, segundo o jornal chinês China Daily, a Rússia vai ceder à China 174 km² de território nas ilhas de Yinlong (Tarabarov em russo) e Heixiazi (Bolshoi Ussuriysky em russo). Estas regiões, há tempos reivindicadas pela China, foram ocupadas em 1929 pela Rússia Soviética.

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Os tempos da guerra de fronteira de 1969 estão distantes e, hoje, Rússia e China são parceiras na Shanghai Cooperation Organization (Sco), ao lado das ex-repúblicas soviéticas centro-asiáticas, um agrupamento que alguns comentaristas compararam à Comecon, o mercado comum que unia a Rússia e seus países satélites da Europa Oriental durante os anos da Guerra Fria.